Valmor Bolan – Doutor em Sociologia e Especialista em Gestão Universitária pelo IGLU (Instituto de Gestão e Liderança Interamericano) da OUI (Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal, Canadá.. –
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Para evitar traumas, de alguma convulsão social, o juiz federal Sérgio Moro decidiu não ordenar a prisão preventiva, aguardando que o recurso de apelação criminal da defesa do ex-presidente Lula seja julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, da segunda instância. Isso poderá levar de seis a nove meses, para a defesa de Lula, talvez até um ano. Mas o importante é que se cumpram os prazos e que sejam dadas todas as condições de defesa, para que o processo ocorra na normalidade jurídica, na inteira legalidade. Mesmo assim, os apoiadores de Lula já politizaram a questão, defendendo a narrativa de que a decisão de Sérgio Moro é política, e recorrerão a instâncias internacionais com essa argumentação. O próprio Lula se manifestou dizendo que espera ser julgado pelo povo, nas eleições de 2018. Mas Sérgio Moro diz que ninguém está acima da lei, e ressaltou em sua sentença: “A responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes.”
Nesse sentido, o dia 12 de julho de 2017 ficará na história da Nova República como uma data que servirá de reflexão para todos os brasileiros, confirmando o que Moro afirmou de que ninguém está acima da lei. Muito antes do mensalão e do petrolão, Sérgio Moro já havia se destacado pela sua ética, probidade e seriedade profissional (caso Banestado, etc.), no empenho de fazer valer a democracia, entendendo que a democracia é, acima de tudo, o cumprimento da lei. O próprio juiz Sérgio Moro disse que não há satisfação pessoal alguma em sentenciar um ex-presidente da República, mas ele fez a sua parte, dando o melhor de si, com ética e patriotismo. Esperamos que o seu exemplo seja uma referência do cumprimento do dever. E que os políticos consigam com tudo isso, corresponder mais com o voto de confiança que a população lhes dá. É assim que iremos aprimorar cada vez mais a nossa ainda frágil democracia.