Leandro Martins -
Nunca o mercado foi tão cruel com os jornalistas e outros trabalhadores da mídia. Presenciamos, quase todos os dias, demissões em massa em praticamente todos os grandes veículos de comunicação. Observamos, pouco tempo atrás, demissões na revista Veja, Portal Terra, Portal UOL, Editora Abril, Folha de S. Paulo, Estadão, etc. Até uma amiga minha, que tinha um alto cargo na Record, foi demitida.
Os patrões não estão sequer poupando os profissionais de maior expressão. Não importam nomes, tempo de casa, talento. A verdade é que a crise econômica também atingiu este ramo de serviço. E a alternativa básica para solucionar a conturbada relação entre despesas e receitas é o famigerado corte de gastos.
Acredito que a crise também tenha atingido outras áreas profissionais. Mas, na mídia, ela fica evidente, já que as demissões chegam ao conhecimento do público, noticiadas pela mesma. O jornalismo esportivo também vem sendo atingido. Recentemente, a Rádio Bandeirantes comunicou o desligamento dos repórteres Alexandre Praetzel e Vanessa Ruiz, além do narrador José Maia.
Quando a mesma emissora dispensou o renomado e talentoso Mauro Beting, lembro que a comoção foi nacional. E a reprovação foi tão grande nas redes sociais que, no mesmo dia, ele foi readmitido. Até o comentarista(?) Neto colocou seu cargo e seu salário à disposição da direção para que Mauro ficasse. Ficou, mas a relação já estava fragilizada. Poucos meses depois, trocou a TV Bandeirantes pela FOX e, a rádio, pela Jovem Pan.
Jovem Pan, aliás, que também chocou alguns ouvintes quando anunciou a dispensa de Claudio Carsughi, com 50 anos de serviços prestados à emissora. E deixou todo mundo ainda mais raivoso quando contratou o humorista(?) Danilo Gentili e o comentarista(?) Vampeta.
Ex-jogadores e profissionais do entretenimento trazem patrocinadores. Poucos jornalistas têm o mesmo apelo. Enquanto as emissoras pensarem apenas no modelo comercial, sem levar em conta a seriedade, a credibilidade e o talento, o jornalismo e o jornalismo esportivo continuarão a ter descrédito contínuo. E continuarão mergulhados na crise. O público quer sim, informação precisa e análise com profundidade. Os pobres diretores de rádio e TV não sabem recompensar os verdadeiros talentos. Um forte abraço.