Valmor Bolan – Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá. -
A Guerra é uma agressão desumana e desmedida
Não podemos dizer que o mundo foi surpreendido com a guerra na Ucrânia, atacada pela Rússia. Sabia-se, há muito tempo, que as tensões naquela região poderia, a qualquer momento, ter os desdobramentos que estamos vendo agora. O fato é que ainda hoje repercutem as consequências do desmoronamento da antiga união Soviética, tendo em vista que Vladimir Putin nunca aceitou a desintegração ocorrida após a queda do muro de Berlim em 1989.Não é a toa que Putin (que governa a Rússia desde o ano 2000) tem uma obsessão: restaurar territorialmente as nações que pertenciam à antiga União Soviética. E esperou o momento mais estratégico para a invasão da Ucrânia, quando os Estados Unidos estão muito mais combalidos e com um presidente tolerante, Joe Biden. E também com um presidente ucraniano sem o respaldo militar da OTAN. As condições estavam, portanto, favoráveis para que Putin avançasse.
As sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e países da Europa poderão não ser suficientes para debelar a Rússia (que conta com o respaldo da China também nesse campo). Putin sabe ainda que é a Europa quem mais precisa da Rússia do que o contrário, especialmente por causa do gás russo. E então, colocou em ação seu projeto pessoal expansionista contra a Ucrânia. O presidente ucraniano queixou-se de que ficou sozinho, pois ele contava que a OTAN viesse em seu socorro. Se o governo Ucraniano cair a pergunta que se faz: quem será o próximo? O fato é que o mundo vive uma tensão grave, que não se via desde a Segunda Guerra Mundial, porque ainda não sabemos dos efeitos da guerra contra a Ucrânia, tendo em vista os interesses econômicos e políticos em jogo na região. Qual será a posição da Turquia nesse tabuleiro? Muitos ficam apreensivos diante do que está ocorrendo, pois dependendo das respostas dadas às agressões, muitos indagam: podemos estar diante de um novo conflito mundial? Não podemos nos esquecer de que a Rússia tem armas nucleares e um Presidente desequilibrado, e diante disso justificam-se as preocupações.
Mais uma vez vimos que os esforços diplomáticos falharam. A ONU falhou, os países ocidentais não conseguiram evitar a deflagração da guerra contra a Ucrânia. Esperamos que os custos em vidas humanas sejam minimizados. Por isso rezamos pelo fim o mais rápido possível das hostilidades. Não é possível que no século 21 não tenhamos condições de resolver conflitos numa mesa de negociações, sem colocar em risco vidas humanas. A guerra nunca é a melhor saída, por isso rechaçamos o modo como Putin buscou para buscar resolver a situação. Acreditamos que ainda é possível o diálogo, a ponderação, o respeito à vida, todos os valores de paz e justiça que devem prevalecer na sociedade.
