Leandro Martins –
Um assunto que nunca deixa de ser pauta no esporte é o doping. Recentemente, mais um caso estourou na mídia. O uso de anabolizantes pelo lutador de UFC, Anderson Silva. Semana passada, tive a honra de entrevistar na TV Câmara Guarulhos a nadadora paralímpica Gabriela Cantagallo. Dona de várias conquistas para o Brasil em competições internacionais, a jovem de 22 anos também registrou um caso de doping em 2013 e ficou oito meses afastadas de competições oficiais. Por que citei estes dois casos? Porque, apesar de terem algo em comum, são absolutamente diferentes, se analisados com profundidade. Gabriela ingeriu metilhexaneamina, uma substância que retarda a fadiga. Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro, a atleta não teve intenção de se dopar para obter benefícios competitivos. O medicamento foi ingerido por orientação de seu nutricionista à época. O profissional receitou um medicamento manipulado e Gabriela não sabia o que havia no complexo. Descobriu da pior forma que um atleta pode ser dopado mesmo sem saber ou querer. Por isso, a pena imposta pelo Comitê foi branda. E Gabriela sequer requereu contraprova. Moral desta história: o atleta é sempre responsável por aquilo que ingere. E deve ter cuidado redobrado ao escolher os profissionais com quem vai trabalhar. Nem todos são confiáveis. Anderson Silva ingeriu anabolizantes. Foram dois resultados positivos. Pediu mil contraprovas. Negou veementemente que tinha usado a substância. Agora, voltou atrás. Disse que usou, mas não para se dopar. Versão inconsistente. Não é meu papel julgar ninguém, mas, ao que parece, ele usou sabendo o que fazia e os benefícios que teria. Talvez, sem o objetivo de trapacear um adversário. Mas, mesmo no período em que esteve afastado das arenas por lesão, “Spider” conhecia os efeitos dos anabolizantes. Ou seja, de certa forma, foi intencional. Convenhamos, é difícil alguém ficar do tamanho dele sem ingerir nada. Moral desta história: qualquer forma de doping intencional, por menor que seja o dolo, é sempre condenável. Esporte deve ser sinônimo de vida. Não de drogas que, mais tarde, podem trazer sérios riscos à saúde. Por mais que as vitórias tragam fama e dinheiro, nada paga o preço da nossa saúde. Um forte abraço.