Leandro Martins -
Voltarei alguns (muitos) anos no tempo para falar dos esportes praticados na infância. Na verdade, o condicionamento físico da criançada vem em forma de brincadeiras. Com energia para dar e vender, a correria pela casa e pela rua é mais do que natural.
Atualmente, mais pela casa do que pela rua. Infelizmente, a maioria das crianças deste chamado mundo moderno e tecnológico não brinca mais na rua. E perde, com isso, uma boa oportunidade de praticar esporte de forma espontânea.
Meus “esportes” favoritos eram pega-pega, esconde-esconde (aeróbicos… hehehe), polícia e ladrão (de bicicleta), taco ou maceta, queimada, gol caixote (futebol de rua, com pedras ou chinelos representando as traves do gol) e gol de classe (ou três dentro, três fora – futebol nos portões das garagens). Ainda pulava corda com as meninas ou jogava um vôlei improvisado com uma bola qualquer. Brincava também de automobilismo, com as corridas de carrinhos de rolimã. E, para treinar os piques, acendia bombinhas para explodir latas de achocolatado e saía correndo. Também brinquei de pião e até bolinha de gude. Sim, eu fui feliz. E, mesmo tendo video-game, a prioridade era brincar com os amigos da vida real.
Veja, amigo leitor, quantas atividades físicas eu fazia. Tinha um preparo invejável. E me divertia realizando os “exercícios”. Era assim, na maioria das vezes, que as crianças praticavam esportes. Nunca fiquei doente. Tomava banho de mangueira, mesmo no frio, e não pegava um resfriado sequer.
Hoje, ao mesmo tempo que a tecnologia aproxima o contato e encurta distâncias, também isola e afasta mais as pessoas. Você pode se comunicar comigo no instante que desejar, por um telefone celular ou por uma rede social. Mas, para me ver pessoalmente, não sobra tempo. O individualismo é mais forte do que o coletivo, do que a vontade de se relacionar com outras pessoas de modo real e mais próximo.
As crianças preferem as distrações eletrônicas como video-game e computador. Os pais também, já que esses equipamentos ocupam o tempo do filho, que, em casa, teoricamente, não corre o risco de se machucar jogando bola ou ser atropelado na rua. Uma pena, pois as brincadeiras de rua, além de promover as atividades físicas, estimulam as relações interpessoais. Um forte abraço.