Valmor Bolan – Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá. –
Em meio à pandemia de coronavírus, com as graves conseqüências sanitárias, econômicas, sociais, vivemos ainda, no Brasil, o agravamento da crise política. A quarentena forçada traz sérias preocupações e incertezas, quanto ao que fazer no pós-pandemia. O importante, nesse momento, é que saibamos ter calma, para evitar intensificar ainda mais o estresse, porque a debilidade do sistema imunológico não é somente por causas físicas, mas também emocionais e também espirituais. Um médico alemão chegou a dizer numa entrevista, que os hospitais ficaram superlotados não por causa do coronavírus, mas por causa do pânico do coronavírus. Isso é muito importante ressaltar, porque, sem subestimar a gravidade da situação, é possível que tenha havido algum exagero no processo de comunicação. Como pouco se sabe da doença, houve bastante especulação. O fato é que mostrou o grau de vulnerabilidade do mundo globalizado, com alto poder tecnológico, mas pego de surpresa com uma crise sem precedentes, que levou governos a tomarem medidas draconianas, como em tempos de guerra.
Por isso é importante que estejamos bem informados, para que possamos tomar decisões mais acertadas e amadurecidas. Faz-se necessária a prudência, daí levar a sério as recomendações de higiene pessoal e distanciamento social, e os devidos cuidados para evitar a proliferação do vírus. Mas é preciso também haver discernimento. Nesse sentido, a informação é importante para que possamos melhor decidir. Diariamente há boletins do Ministério da Saúde, com atualizações da situação em todo o País e no mundo, que oferecem dados oficiais sobre o que realmente está acontecendo, quais medidas estão sendo tomadas, etc.
Em São Paulo, o governador João Dória disse que irá gradualmente abrir certas atividades econômicas, levando em conta as atualizações oficiais, interpretadas pela ciência e pelos cientistas da saúde.. As escolas deverão retornar as suas atividades, em condições especiais, provavelmente somente em julho. De fato, o principal estado brasileiro, do ponto de vista econômico, não tem como ficar estagnado. Mesmo assim, há quem diga que novas medidas restritivas poderão ser adotadas regionalmente, tendo em vista não se saber exatamente quando a pandemia poderá ser efetivamente contida. De qualquer forma, o que precisamos, no momento, em meio à turbulência do tempo atual, e´ manter a calma, para que, com serenidade, possamos agir com a razão. Esperamos assim minimizar os danos e superar a crise.