Valmor Bolan – Doutor em Sociologia. Professor da Unisa. Ex-reitor e Dirigente (hoje membro honorário) do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Pós-graduado (em Gestão Universitária pela OUI-Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal-Canadá. –
Desde o dia 3 de novembro, a Prefeitura Municipal de São Paulo havia publicado decreto autorizando a volta das aulas presenciais para os alunos do ensino médio, liberando também as atividades extracurriculares para o ensino de nível fundamental, tanto na rede pública quanto privada. Mas a ida dos alunos ficaria por conta da decisão dos pais, recomendando que os estudantes que tivessem familiares em casa com mais de 60 anos, continuassem com o ensino remoto. As escolas terão que se adaptar aos protocolos de segurança, estabelecidos pelas autoridades sanitárias, especialmente tendo em vista a ameaça de uma segunda onda do novo coronavírus, que vem ocorrendo em alguns países europeus. Ainda segundo as regras estabelecidas pelo decreto municipal, as salas de aula devem respeitar 20% do número de alunos, para evitar aglomerações. Há previsão de novas medidas esta semana, após dia 19 de novembro, para novas etapas de reabertura, se não houver aumento de novos casos.
O fato é que a educação foi um dos setores que mais sofreram em 2020, com os efeitos das medidas tomadas em decorrência da pandemia. Não apenas as escolas públicas, como particulares. O ensino privado (especialmente as escolas de médio porte) enfrentou muitas dificuldades para manter as suas atividades, evitando ter que demitir professores e funcionários, além da crescente evasão de alunos, por causa da crise econômica. Nem todos os pais conseguiram manter seus filhos nas escolas. Mesmo as escolas públicas também tiveram problemas, pois nem todos os alunos puderem atender as demandas no sistema de ensino on line. Para que as aulas funcionem adequadamente, no sistema digital, é preciso que todos os alunos tenham as mesmas condições técnicas, com equipamentos que permitam as interações que se fazem necessárias, com os professores e colegas.
A educação deve ser vista com muito cuidado. Temos hoje muitos meios tecnológicos e acumulação de conhecimento, a disposição, para que possamos otimizar melhorias em todos os aspectos. Governo e sociedade devem atuar juntos apoiando a cada um dos profissionais que atuam na rede de ensino, público e privado. Sabemos de todos os transtornos causados e o quanto a educação sofreu o impacto da pandemia, mas precisamos dar respostas efetivas aos desafios existentes, buscando meios de suprir as lacunas e atender nossos alunos, e também professores e demais profissionais da Educação durante a crise sanitária. Podemos de modo criativo, contribuir para encontrar soluções e dar apoio aos que precisam, para que possamos garantir a educação de qualidade e preparar a atual geração para o tempo presente e futuro.
