Caio Bruno – Jornalista, pós-graduado em comunicação e especialista em Marketing Político -
Quer conhecer alguém? Veja seu perfil no Facebook ou no Instagram. Quer saber onde ele está, o que pensa e seus pontos fracos? Faça o mesmo. O ser humano tem como característica fundamental e instintiva a sobrevivência e a competição. Seja em qual área for, profissional ou pessoal. No fundo, o homo sapiens sapiens ainda tem guardado na sua genética a ânsia de querer superar o outro, como numa competição pela vida na época das cavernas. É mais ou menos o que Darwin classificou como a seleção natural. Só os fortes sobrevivem. E é isso que tentamos fazer com tanta exposição. Infelizmente nos tempos de notícias a toda velocidade e vida monitorada e vivida por meio de aparelhos eletrônicos esse sentimento explodiu de tal maneira que as pessoas, na ânsia de vender felicidade ou auto estima, expõem seus sentimentos a torto e a direito diariamente pela internet.
Navegando pelas redes sociais podemos ver de tudo. Casais revelando momentos íntimos e detalhes que não dizem respeito a ninguém, solitários mostrando que sabem aproveitar a vida, gente ostentando falso luxo e riqueza, fotos de tudo quanto é tipo pipocam aos milhares com pratos de comida, bar com amigos e até selfie pós sexo, opiniões expostas sem filtro e desabafos de problemas para um enorme divã obscuro. Para que tudo isso? Por que somos tão exibicionistas? O que os outros podem fazer com essas informações? Com a necessidade de querermos ser aceitos, falar e sermos ouvidos, entregamos o ouro. Falamos, mesmo sem ninguém pedir, o que nos agrada e o que nos detesta. Passamos para um mundo de pessoas sem saber as suas intenções todas as nossas vulnerabilidades e chegamos ao contraponto total de estarmos cada vez mais conectados e ao mesmo tempo completamente isolados cada um sem seu mundinho.
A vida, na verdade, é feita lá fora. No mundo real, em que nós temos que conviver com outras dezenas de pessoas diariamente e encarar a barra de viver. Não é fácil, mas é necessário.
Por um mundo em que menos, seja cada vez mais.